28 de maio de 2013

A menina de Brodowski

   A pacata Brodowski, vinte quilômetros de Ribeirão Preto – SP foi o ponto de partida para toda essa
aventura que fiz sobre duas rodas entre os  trechos que compreendem o antigo ramal ferroviário de Igarapava e a Linha do Rio Grande.
Após ler um artigo de uma revista que contava um pouco da vida do artista prata da casa, Candido Portinari, descobri que a cidade nasceu do surgimento da estação Eng. Brodowski.
Deste ponto de partida novas pesquisas me levaram a outras estações, todas ou quase todas elas abandonadas depois que os dois ramais ferroviários foram desativados na década de 70 do século passado.



Com o corpo já cansado por toda a jornada 
da aventura, minhas energias 
se refizeram naquele fim de tarde 
de sexta-feira ao entrar na pequena cidade e
me deparar com as imagens do grande artista.
Mesmo com todas as mudanças devido
o crescimento natural da cidade,
me senti mergulhado nas pinturas de Candido.
Tudo estava ali:
a igrejinha na praça,
as crianças brincando, o céu de outono,
a inocência, a simplicidade
o aconchego.





Mal deixamos as bagagens na pensãozinha
saímos em busca da 
menina dos olhos da Cia Mogiana. 




Ao lado da praça do coreto está a estação, bem conservada
com cara nova.
Antes era menininha, hoje é flor crescida. Seu antigo 
ofício de gare deu lugar a uma secretária da
prefeitura, e mesmo assim, 
como diz o ditado popular:
Quem um dia foi rei, nunca perde a majestade!,a tênue estação
ferroviária é hoje um marco da cidade,
onde seu brilho permanece.












Diferente da maioria das cidades onde primeiro construía-se
a igrejinha aqui, primeiro chegou a estação
e em seguida as casas no seu entorno.
Algumas fotos, a admiração, o silêncio...
tudo como um ritual de devoção. 





Pela manhã fomos conhecer o museu da cidade, a casa
que outrora fora a residência na infância de 
Cândido Portinari. Uma casinha simples, onde tudo 
muito bem organizado nos transporta para a vida do artista em 
família: comportamento, educação, afeto.
Na praça em frente, temos a capelinha de Santo Antônio,
inúmeras vezes retratada pelo artista
a derredor, casas simples
gente humilde 
acolhedora.



Depois dessas contemplações seguimos adiante...
nossa missão naquele instante 
era encontrar outras estações
e suas narrações ordenadas.
Agora
ungidos pela história,
pela arte
pela singularidade
por Brodowski!