25 de maio de 2011

Última chamada para o trem de Aramiiiiiiiiiiiiiiiina!!!!

Com o nome de um carrapicho local, a simpática Aramina_ como várias outras cidades iguais a ela, foi crescendo no entorno do prédio da estação. Depois que os trilhos foram retirados a estação foi desativada e hoje a sua antiga localização abriga uma praça com um pequeno parque infantil tomado por crianças. Diante dela tento abafar o barulho dos balanços e fico a procurar o som da Maria Fumaça chegando, trazendo progresso ao local. Seguindo o que sobrou do caminho-de-ferro encontro prédios que compunham o complexo da Cia Mogiana,


Casa de Operários e Casa de Turma servem de residência, mantendo ainda caracteristicas arquitetonicas da época. Um de seus moradores nos aponta a casa do seu Anesio, um distinto senhor que nos recebeu humildemente em sua morada. Aparentando ter uns 85 anos, um tipo de ancião da cidade, de fala mansa, apoiado em seu andador, relatou com bastante clareza até a data da chegada da Aramina por aquelas bandas. 


    Falou de um prédio, mais afastado dos outros_ que
 conseguimos avistar da rodovia, seria este o primeiro a ser contruído naquela época. Era a Casa do Feitor, um mestre de obras dos dias atuais. De tipologia bem simples, com tijolos aparentes, serve de depósito para fazendas vizinhas. Quando a CMEF suprimiu o ramal original à oeste da cidade, algumas estações deram lugar a um grande canavial. Iderê, Japuê por exemplo tiveram esse trágico destino, sendo demolidas. Delas nem a localização obtivemos



Antes de partirmos para Canindé, nossa próxima parada, percebi que estes velhos prédios herdaram de Aramina não só o nome mais também a função do arbusto, como um carrapicho_ se prendem à nossa imaginação_ nos impregnam com suas histórias e acontecimentos, e pra tirar é necessário paciência, algo que eles dão uma lição: resistem ao tempo e ao abandono.
Quinta-feira, 21 de maio, 13:55 h.


18 de maio de 2011

Senhores Passageios, Próxima Parada: Estação Igarapava.

... seguimos adiante_ a vila que tanto nos encantou ficou para trás , agora o chão que nos espera é longo e imprevisível, o asfalto agitado é nosso leito guiador, passeio condutor para as próximas estações, o sol já ia alto quando adentramos na cidade. Prédios variados vão chamando nossa atenção, alguns singelos modernistas, outros ecléticos exibicionistas, mais um não podia passa desapercebido.


 Faustoso, ficava numa parte elevada do terreno.Sua antiga ocupação: uma cadeia, hoje, palco do tempo, abandonada fica a espreita vendo os passantes na calçada, aguardando talvez um novo ofício.


 Ali_ diante dela, percebemos que esta viagem iria além do leito erradicado da antiga Mogiana, a cada curva um espetáculo, uma surpresa e assim após uma pequena subida lá estava ela, re-ti-li-nea repousando sobre o asfalto quente: Igarapava.


Adormecida, bem conservada, teve suas cores alteradas, atendendo tendências do governo local.


 Ela é substituta de uma outra estação da cidade, um pouco menor, mais velha, chamada Igatí, sabíamos que ela ficava após a linha fazer uma curva em "N", diziam que quando alguém perdia o comboio para Ribeirão Preto, bastava pegar um carro ou charrete e ir até Igati para seguir viagem, no encalço dessas pistas, como dois caçadores de tesouro, seguimos o velho leito. A rua aos poucos foi se estreitando, as casas foram dando lugar a uma encosta coberta de senhoras árvores, no chão pedregulhos da antiga estrada férrea davam vestígios que estávamos no caminho certo.


 A paisagem era linda, a sensação era de estar dentro do vagão, subindo suavemente seu trajeto_ a esquerda árvores sombreavam a passagem, do lado direito um grande vale nos presenteava com belas pastagens de fazendas centenárias. Depois de algumas confusões paramos próximo a um casal que nos mostrou onde ficava a antiga Igatí, dela apenas poucas casas modificadas nem se quer lembra a vila da estação, o grande pátio dá lugar a um condomínio popular, dela, nada! Porém percebemos que a velha estação fica viva na memória das pessoas, que aos poucos vão se abrindo, dividindo suas experiências, contando os seus causos. Os olhos vão se enchendo de brilho, a imaginação floreia, e ao seguirmos viagem para a próxima parada percebemos que ativamos boas lembranças, guardadas em baús empoeirados de algum vagão abandonado dentro de nós mesmos.
Quinta-feira 21 de maio, 12:40 h.

5 de maio de 2011

Viagem em duas rodas pelos trilhos da Cia. Mogiana de E. Ferro _ Ramal de Igarapava e Linha do Rio Grande_



O sol saiu lindo, estava alto, forte e brilhante, não sabíamos o que esperava, era inicio de um feriado prolongado. a estrada estava agitada, o vento era frio e cortava a pele. A primeira parada era uma vila localizada a direta da rodovia, fazia parte de uma usina de cana de açúcar antiga.






                      De começo fomos recepcionados por uma bela locomotiva a vapor, ultima remanescente de uma serie de Maria Fumaça que o antigo proprietário da fazenda-usina possuía, hoje, repousa sobre trilhos a sombra de arvores majestosa que a rodeia.
Na praça que outrora recebeu o nome do detentor das locomotivas, hoje é margeada por belos e imponentes casarões, ao centro uma sobranceira estatua, estrategicamente localizada,  passa o tempo a observar colunas de fumaça lançadas ao vento pelas incisáveis chaminés da usina, fruto do seu legado.




Uma augusta igreja recolhe aos fundos da velha praça, com seus imensos vitrais, aguarda a visita dos seus fieis sobre os olhos do orago São Geraldo, nada escapa aos seus olhares, nem mesmo a pequena vila que insiste em permanecer dormindo, mesmo com o sol há quase meio dia.



Despedimos dali ao subir na moto e seguir nosso destino, antes_ olhar mais uma vez e ver o que parecia impensável: Um lugar encantador! Que parou no tempo, sem perder a majestade mesmo depois que os trilhos foram embora.


quinta-feira, 21-04-11, 07:30 h