Com o nome de um carrapicho local, a simpática Aramina_ como várias outras cidades iguais a ela, foi crescendo no entorno do prédio da estação. Depois que os trilhos foram retirados a estação foi desativada e hoje a sua antiga localização abriga uma praça com um pequeno parque infantil tomado por crianças. Diante dela tento abafar o barulho dos balanços e fico a procurar o som da Maria Fumaça chegando, trazendo progresso ao local. Seguindo o que sobrou do caminho-de-ferro encontro prédios que compunham o complexo da Cia Mogiana,
Casa de Operários e Casa de Turma servem de residência, mantendo ainda caracteristicas arquitetonicas da época. Um de seus moradores nos aponta a casa do seu Anesio, um distinto senhor que nos recebeu humildemente em sua morada. Aparentando ter uns 85 anos, um tipo de ancião da cidade, de fala mansa, apoiado em seu andador, relatou com bastante clareza até a data da chegada da Aramina por aquelas bandas.
Falou de um prédio, mais afastado dos outros_ que
conseguimos avistar da rodovia, seria este o primeiro a ser contruído naquela época. Era a Casa do Feitor, um mestre de obras dos dias atuais. De tipologia bem simples, com tijolos aparentes, serve de depósito para fazendas vizinhas. Quando a CMEF suprimiu o ramal original à oeste da cidade, algumas estações deram lugar a um grande canavial. Iderê, Japuê por exemplo tiveram esse trágico destino, sendo demolidas. Delas nem a localização obtivemos
Antes de partirmos para Canindé, nossa próxima parada, percebi que estes velhos prédios herdaram de Aramina não só o nome mais também a função do arbusto, como um carrapicho_ se prendem à nossa imaginação_ nos impregnam com suas histórias e acontecimentos, e pra tirar é necessário paciência, algo que eles dão uma lição: resistem ao tempo e ao abandono.
Quinta-feira, 21 de maio, 13:55 h.